Desejos, controle e aceitação

A primeira pessoa luta desesperadamente para fechar a mala, enquanto as roupas se amontoam e escapam por todos os lados. Essas roupas simbolizam os desejos que ela tenta reprimir – aqueles sonhos, vontades e impulsos que não parecem caber na imagem que ela tem de si mesma, ou que a sociedade não aceitaria. Mas quanto mais ela pressiona, mais as roupas insistem em sair. A mala não fecha. Essa luta exaustiva representa o esforço enorme que faz para esconder de nós mesmos aquilo que, por mais que tentemos, não conseguimos sufocar

A segunda pessoa segura a mala com firmeza, mas as roupas começam lentamente a cair, escapando pelos cantos, deslizando por entre os zíperes mal fechados. Durante algum tempo, essa pessoa conseguiu manter tudo escondido, organizado – as roupas estavam lá dentro, os desejos reprimidos. Mas, como sempre acontece, esses desejos insistem em sair, buscando espaço para existir. É o ponto onde sentimos que, por mais controle que tenhamos, algo está fora do lugar.

Finalmente, uma terceira pessoa organizando calmamente a mala, encaixando tudo com sucesso, representa alguém em terapia que passou a reconhecer seus desejos. Por meio desse reconhecimento, eles ganham a capacidade de tomar decisões mais saudáveis sobre como administrar esses desejos, encaixando-os dentro da mala, e maneira saudável dentro de si.

Esta metáfora reflete a importância da terapia: um espaço onde é possível lidar com o que reprimimos e encontrar formas mais saudáveis de viver em harmonia com nossos desejos.